Recomenda-se a gravidez após um ano da bariátrica, uma vez que os hormônios da mulher e  as vitaminas precisam estar ajustados para que mãe e feto tenham saúde. Os métodos contraceptivos após a bariátrica precisam ser específicos, já que as pílulas orais podem não ser bem absorvidas

Você já leu aqui no blog os vários problemas decorrentes da obesidade: doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão… E a infertilidade feminina é mais um deles. Seja pela redução de ciclos ovulatórios, seja pela estigmatização social (isolamento voluntário, menos relacionamentos afetivos), as mulheres com excesso de peso têm menor chance de engravidar.

Porém, após a cirurgia bariátrica, a fertilidade, a ovulação normal e o desejo sexual retornam rapidamente, e aí é preciso fazer alguns alertas. Vale até lembrar que 80% dessas cirurgias ocorrem em mulheres em idade reprodutiva.

De modo geral, a recomendação é que a gravidez ocorra somente depois do primeiro ano após a cirurgia. Isso porque, além de os hormônios da mulher estarem mais estabilizados, a gestação durante a fase de perda rápida de peso pode prejudicar a saúde da mãe e do feto, uma vez que a absorção de nutrientes e micronutrientes ainda está sendo ‘ajustada’, e acaba sendo comprometida por deficiência vitamínica, interferindo seriamente no crescimento do bebê e de forma significativa no período gestacional.

Métodos contraceptivos

Com a perda de peso por causa da cirurgia bariátrica, pode ocorrer a redução do humor depressivo e do autoconfinamento, facilitando as relações sociais e afetivas. Isso é muito positivo, mas fica um novo alerta: os métodos de contracepção precisam ser efetivos, já que na fase de perda de peso pode haver má absorção — e, portanto, comprometimento da eficácia — dos contraceptivos orais.

Dessa forma, o ideal é usar métodos contraceptivos duplos, sempre com indicação de um ginecologista. Por exemplo:

  • Anticoncepcional injetável + camisinha
  • Dispositivo intrauterino (DIU) + diafragma com espermicida

 

Mas se ocorrer…

Caso ocorra uma gravidez não planejada antes do período de um ano após a bariátrica, é recomendável acompanhamento rigoroso com um obstetra e um endocrinologista, pois é fundamental repor a falta de nutrientes provocada pela redução do estômago. Por isso, os suplementos de vitaminas e minerais precisam ser ajustados na gestação. É indicada também a orientação de um nutricionista para estabelecer uma dieta equilibrada.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, vitamina D, ferro, cálcio e vitamina B12 são normalmente suplementados nessa fase, mas nunca sem o acompanhamento médico.

Portanto planejamento é a palavra de ordem para a mulher que está na fase reprodutiva, tem obesidade e deseja passar pela cirurgia bariátrica. Nesse caso, a ordem dos fatores pode — e muito — alterar o resultado.